«Peço a Deus, todo dia, que isso não aconteça em nosso mercado, pois pode acontecer a qualquer um, por desgraça ou simples descuido. Mas sei que se acontecesse conosco, eu saberia exatamente de que fazenda e de que agricultor vem a infecção. E isso me tranquiliza um pouco».
O diretor do mercado rural da Union Square em Nova Iorque comentou assim os eventos europeus relativos à difusão da bactéria Escherichia Coli. No velho continente já são mais de 35 mortos e milhões de euros de prejuízos devidos à infecção alimentar cuja origem continua desconhecida.
Esta história de psicose coletiva nos ensina o quão irracional pode ser o medo e como um sistema como o atual, que deveria oferecer total segurança alimentar, revela, ao contrário, toda sua fraqueza. Este medo é, em grande parte, excessivo, acusando setores produtivos inteiros que não têm culpa alguma. Os pepinos, por exemplo, cujo mercado desmoronou na Europa toda após o primeiro alarme que os denunciava como culpados pela infecção sem que tivessem de fato nenhuma responsabilidade. E, se agora que os maiores indiciados parecem ser os brotos de soja alemães de agricultura orgânica, o grande e importante setor da agricultura orgânica se tornasse injustamente acusado">